ALGUMAS NAÇÕES DO CANDOMBLÉ
NAÇÃO KETO: A nação keto predominan os orixás e ritos de iniciação de origem ioruba, quando se fala em candomblé, geralmente a referência é o candomblé de keto e suas antigas roças são as mais conhecidas: Casa branca do Engenho Velho e duas derivadas da Casa Branca, o axé Opô Afonjá e o Gantois. O keto é de origem bantu. As seguintes nações são de origem ioruba, ou nagô, como efá e ijexá na Bahia, nagô ou ebá em Pernambuco, oió-ijexá (Batuque no Rio Grande do Sul), mina-nagô no Maranhão e a quase extinta nação xambá de alagoas e Pernambuco.
NAÇÃO ANGOLA: É de origem bantu, adotou o panteão dos orixás iorubas, embora os chame pelo nome de seus esquecidos inkíces, divindades bantus, sua línguas são o quimbundo e quicongo. O candomblé de caboclo é uma modalidade da nação angola. Há outras nações menores de origem bantu, como o congo e a cambinda, hoje quase inteiramente absorvidas pela nação angola.
NAÇÃO JEJÊ: A nação jejê-mahi do estado da Bahia e o jejê-mina, do Maranhão, derivam suas tradições e língua ritual do ewê-fon ou jejês, como já eram chamados pelos nagôs e suas divindades centrais são os voduns. A palavra jejê vem do ioruba adjeje que significa estrangeiro ou forasteiro, portanto, não existe e nunca existiu nenhuma nação jejê em termos políticos. Os povos jejês se enumeraram muitas tribos e idiomas, como AXANTIS, GANS, AGONIS, POPÓS e CRUS etc...
NAÇÃO EFON: Em primeiro lugar vamos à origem na África, mais exatamente em Ekiti-Efon (não confundir com Ile Ifon, a terra de Osalufon) de onde vem um termo muito usado entre os Efon no Brasil "Lu Lokiti Efon" e onde reina absoluta aquela que é a rainha da nação no Brasil, Efon, ou seja, Osun, pois é bom esclarecer que Osun, nossa matriarca, é nascida em Ekiti-Efon, onde ela era considerada a mãe de Yemonja e do Awujale de Ijebu-Ere, no estado de Ekiti (Onadele Epega). Para concluir podemos traduzir o nome da divindade Efon dos tempos Lailai como sendo Osun, nome de seu rio e onde guardava seus tesouros, companheira inseparável de Oloroke que é seu pai, ficando assim esclarecido o porque da casa chamar-se terreiro do Oloroke e Osun ser a dona do Asé, sendo ele louvado juntamente com Osun nos nossos principais ritos. Pois bem, foi desta localidade, que veio para o Brasil na condição de escravos por volta de 1850 um Tio Africano conhecido como Baba Irufa, filho de Osun e iniciado para Ifa, portanto um Babalawo que no Brasil passou a chamar-se José Firmino dos Santos ou tio Firmo, juntamente com uma princesa do Ekiti-Efon de nome Adebolui iniciada em sua terra natal para o orixá Oloke, que no Brasil passou a chamar-se Maria Bernarda da Paixão, a Maria Violão, alcunha que ganhou por ter um corpo muito bonito, e é dito ainda por uma fonte do Axé Pantanal do falecido Cristóvão Lopes dos Anjos, que veio ainda junto com eles uma filha de Tio Firmo que atendia pelo nome de Asika, a existência desta Asika não é confirmada em Salvador por algumas pessoas antigas ligadas ao Asé. Existe uma outra possibilidade de que Baba Irufa e Asika sejam a mesma pessoa, sendo Baba Irufa seu titulo de Ifa e Baba Asika seu nome ou ainda um outro titulo.
Mesmo antes de serem libertos já promoviam encontros e Maria Bernarda da Paixão participavam de encontros, pois faziam parte da Irmandade da Igreja da Barroquinha (pesquisa de campo em Salvador) onde se reuniam os fundadores da Casa Branca do Engenho Velho e segundo pessoas antigas, Maria Bernarda da Paixão era prima carnal da p rimeira Yalorisa da Casa Branca. Por volta de 1860 Tio Firmo e Maria Bernarda fundam o Asé Oloroke no endereço acima citado no engenho velho de Brotas, onde encontra-se até hoje, plantando ali o Asé de Osun e com isto além de fundar uma casa fundam também a Nação Efon. Mais tarde tio Firmo passa a viver maritalmente com Maria Bernarda da Paixão que era sua governanta e passam a dividir as funções do Asé. Acredita-se que nesta época ambos já eram libertos.
Os Igbas ou assentamentos dos orixás foram trazidos da África e estão até a presente data preservados no Ile. La encontra-se a Osun de Tio Firmo e Oloke de Maria Bernarda entre outros Matilde de Jagun. Apesar da libertação dos escravos, a perseguição a cultos Afros foi intensa e conta-se que Tio Firmo foi preso por várias vezes.
A árvore do Iroko, um dos símbolos da casa, foi plantada após a libertação dos escravos, mas bem no final do século XIX, e a muda do Iroko veio da Casa de Osumare.
Outra história interessante do Iroko do terreiro do Oloroke, é que onde ele foi plantado era caminho das pessoas, pois ainda não haviam muros nem cercas e foi debaixo do Iroko da casa, que a finada Mãe Runho da nação Jeje deu a luz a Nicinha Lokosi e esta informação pode ser confirmada por Nenê de Osagiyan neto carnal de Runho e por outros antigos ligados ao Bogun. Por volta de 1905 morre tio Firmo que ainda em vida já tinha passado a casa para Maria Violão, sendo esta a segunda pessoa a sentar-se como mãe da casa. Maria Violão iniciou várias pessoas entre os quais podemos citar Mãe Milu que foi a Ya kekere do Asé, Matilde de Jagun (Baba Oluwa) sua sucessora e terceira mãe da casa, Cristóvão Lopes dos Anjos de Ogun Já, Ogan e mais tarde Asogun sendo também o Olowo do Ile e a quarta pessoa a governar o Asé, Celina de Yemonja (esposa de Cristóvão), Paulo de Sango, filho carnal de Mãe Milu, Crispina de Ogun, a quinta pessoa a governar o Asé, e muitos outros. No dia 4 de outubro de 1936 morre Maria Bernarda da Paixão aos 94 anos de idade.
Após muitas divergências assume a casa Matilde de Jagun, Baba Oluwa, que fez muitos iyawo entre os quais Noélia de Osun e Emiliana também de Osun. Mãe Matilde vem a falecer no dia 30 de outubro de 1970 aos 67 anos de idade.
Crispina de Ogun Após o falecimento de Matilde quem assume a casa é Cristóvão de Ogun que faleceu no dia 23 de setembro de 1985 aos 83 anos de idade. Após a morte de Cristóvão, graças ao esforço de Maria de Sango (sua herdeira no Asé Pantanal), sentou-se na cadeira de Yalorisa do Terreiro do Oloroke, Mãe Crispina de Ogun e Mãe Maria de Sango foi quem dirigiu os ritos de posse da nova Yalorisa. Após a morte de Mãe Crispina, a cadeira está a espera de uma nova Yalorisa até a data de hoje. Bem, não podemos nos esquecer de duas casas tradicionais de Efon a quem, os Omo Efon, devem muito. Uma das casas já completou 50 anos de fundação, é o 'Asé Pantanal' como é conhecido e dirigido pela Yalorisa Maria de Sango. A Outra casa que também é um reduto de Efon é o "Ile Ifa Monjé Gibanawe" do conhecido Babalorisa Alvinho de Omolu. Aqui esta um pouco da história, da nação efon.
Asé a todos.

MARIA CRISPINA DE OGUM
MARIA BERNARDA DA PAIXÃO