EWÁ (ITAN)
Ewá era filha de obatalá e vivia com o pai em seu palácio,
era uma jovem linda, inteligente e casta. Ewá nunca havia demonstrado interesse
por homem algum, um dia chegou ao reino um jovem de nome BOROMU. Dias
depois todos já cochichavam que ewá estava enamorada do forasteiro.
Obatalá riu-se da história, pois
confiava em sua filha, obatalá garantiu que ela ainda era uma flor nova e não
queira experimentar desse encanto. Passado algum tempo, ewa mudou, tornou-se
triste, distante e distraída.
Obatalá fez tudo para fazer a filha
novamente feliz e enviou a filha á terra dos homens, ele não sabia que ewa
carregava um filho em seu ventre. Uma noite, ewa sentiu as dores do parto
e fugiu do palácio. O rei foi informado
do sumiço de ewa e logo mobilizou todo o reino para encontrar sua filha. Boromu soube da fuga e
partiu para procura-la. Acabou por encontrar ewa desfalecida no chão de terra,
coberta apenas por uma saia bordada com búzios. Ewá despertou e contou-lhe o
ocorrido, fugira com vergonha de apresentar-se ao rei, sentiu então a falta do
rebento e perguntou por ele a BOROMU. Querendo que ewa retornasse ao
palácio escondera o recém-nascido na floresta. Mas quando o procurou já não
mais o encontrou. Pois perto do lugar onde deixou o filho, vivia Iemanjá. E
iemanjá escutou o pranto do bebê, o acolheu e prometeu cria-lo como seu próprio
filho. Ewá nunca mais encontrou seu filho. Tempos depois ewa foi ao palácio
pedir perdão ao pai, mas o rei ainda estava irado e a expulsou de casa. Naquele
dia ewa partiu envergonhada. Cobriu seu rosto com a mesma saia bordada de
búzios e foi viver no cemitério, longe de todos os seres vivos, E nunca mais
viu seu filho, ele foi criado por iemanjá. Ninguém sabem quem é a mulher do
cemitério, de onde vem e por que ali está. Tudo o que ocorreu é o seu segredo.
Ewá numa manhã alegremente em meio à
névoa, quando apareceu uma figura feminina enredada na brancura da manhã, ela
perguntou-lhe por que dançava e tocava naquele lugar. Xangô sempre petulante,
respondeu-lhe que fazia o que queria e onde bem lhe conviesse. A mulher
respondeu-lhe que ali ela governava e desapareu aos olhos de xangô. Mas ela
lançou sobre xangô os seus eflúvios e a nevoa dissipou-se, deixando ver as
sepulturas. Xangô era poderoso e alegre, mas temia a morte e os mortos, os
eguns. Xangô sentiu-se aterrorizado e saiu dali correndo. Mais tarde xangô foi
à casa de orumilá se consultar e o velho disse-lhe que aquela mulher era ewa, a
dona do cemitério.Ele estava dançando na casa do mortos, xangô que sentia pavor
da morte desde então nunca mais entrou num cemitério, nem ele, nem seus
seguidores. Ewa era uma linda mulher que morava num reino distante de ifé. Com
seu jeito de princesa, causava admiração por onde passava. Vivia a margem de um
rio e podia invocar as forças dos ventos e das chuvas para favorecer as
colheitas. Um dia, quando se banhava no rio, um arco-íris se formou diante
dela. A imensidão da luz impressionou ewa a qual sentiu que alguém a protegia e
envolvia. Correu para contar aos outros habitantes da região o que
presenciara,mas, assim que deixou a água, olhou para trás e viu que o arco-íris
desaparecera, restando apenas algumas moedas no local. No outro dia, a cena se
repetiu. Ela seguiu então em direção ao rio para ver onde terminava o
arco-íris. Nadou por três dias e três noites, ate chegar à outra ponta, lá
havia uma coroa de ouro, que ewa cheia da curiosidade, tomou nas mães. Então
oxumaré, o orixá da riqueza apareceu diante dela, dizendo-se encantado com sua
beleza, ewa se apaixonou pelo deus e pediu-lhe que a transformasse num orixá.
Assim transformou-se numa cobra, vivendo para sempre com oxumaré.
EWÁ
Yewá é um orixá feminino, divindade do
canto, das coisas alegres e vivas, Dona de raro encanto e beleza, é considerada
como a rainha das mutações, das transformações orgânicas e inorgânicas. È orixá
que transforma a água de seu estado líquido para o gasoso, gerando nuvens e
chuva. Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando figuras animais,
objetos, pessoas, ali está a magia e o encantamento de ewa evoluindo e
desenhando no céu. È a deusa do que é belo, dando cores aos seres tornando-os
vivos e bonitos. Esta ligada com a alegria, regendo com ibeji o que se tem ou
oque se seja ser feliz. Filha mais nova de nana, gêmea de oxumaré, irmã de
obaluaê e ossâe. É a cobra fêmea do candomblé, que não dorme, sendo portanto a
senhora das vistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário